Feedback para atletas: análises biomecânicas em 3D de seus remadores, como fazer?

Fonte:http://www.flightphase.com/case-study-forth

Desde o desenvolvimento inicial de simuladores de remo indoor, variações e implementos tecnológicos tem sido desenvolvidos para esse esporte, porém há informações limitadas sobre a validação da utilização desses equipamentos para revelar a capacidade de produção de potência e energia relacionadas com a modalidade. A complexidade no desenvolvimento tecnológico, inicia na necessidade dos transdutores de força, potenciômetros e eletrogoniômetros ligados ao tornozelho, joelho, quadril e cotovelo de atletas para fornecer sinais proporcionais aos principais ângulos articulares que interferem na ação da remada (Hawkins,  2000). Entretanto, são importantes elementos para fornecer feedback para técnicos ou atletas, pela possibilidade de realizar cálculos e reconstrução em boneco de animação com sobreposição cinemática e cinética da remada. 
Softwares inovadores permitem observar e realizar alterações mecânica rápidas e são usados em diversos países para avaliar o efeito da mudança técnica sobre a potência produzida pelo atleta, e, para guarnições, para identificar as diferenças entre os atletas (Hawkins, 2000). Caso você tenha interesse nesse tipo de programa computacional para fácil utilização, veja os links:
http://www.jbiomech.com/article/S0021-9290(99)00139-6/abstract   http://link.springer.com/article/10.1007%2FBF02903529

Qual o casco de barco com melhor performance?

Dr. Valery Kleshnev fez uma recente pesquisa com barcos para verificar qual teria menor fator de arraste na água. Advinha? WinTech, mirem os resultados abaixo:

veja a pesquisa na integra e demais artigos sobre melhora de rendimento em:

http://www.biorow.com/Papers.htm

Beijo no ombro para Fillippi, Empacher e Nowing...

Não balance o barco? Como o mito do retorno sem balanço foi quebrado, pois não afeta o rendimento de guarnições

É geralmente aceite equipe de remo requer sincronização perfeita entre os movimentos dos remadores. No entanto, uma longa e noção um tanto absurda sobre a fase de retorno dos remos tem afetado os treinamentos de remadores de elite.

No remo, de 5 a 6% da energia produzida pelo remador (s) é perdida nas contrações e concentrações da fase de retorno do remo em cada ciclo de remada. Teoricamente, um caminho possível para as guarnições aumentarem a velocidade do barco média seria reduzir estas instabilidades no barco, remando em coordenação na anti-fase, ou seja, na fase de retorno.

Entretanto, pesquisadores apresentaram comparações sobre a coordenação dinâmica da fase de retorno que explicam como a falta de estabilidade NÃO reduz a potência aplicada, ou seja, o desempenho pode não ser muito afetado com o balanço lateral. A questão do balanço do barco parece ser mais relacionada com conforto mental do que com a potência aplicada. Talvez, pesquisas futuras possam observar se a sincronicidade entre os remadores afetaria o barco, no tempo de entrada da pá do remo e saída, com observação da altura dos remos estabelecida por cada remador no momento de retorno, importantes indicativos práticos tornam essa recomendação um assunto de ordem prioritária para quem deseja melhorar o tempo da guarnição.

Para quem deseja ler a pesquisa sobre o não efeito no desempenho com o balanço do barco, segue abaixo o link:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3559869/

Pegada de remador: como ganhar mais força e ativação neural para realizar a remada?

No remo, a produção de força dos flexores do cotovelo é essencial para finalização da remada e parece ter relação direta com uma função da posição do antebraço, por conta da eficiência mecânica dos flexores do cotovelo. Tradicionalmente, as atividades com pesos para aumento de força muscular, da região dorsal, são realizadas com pegada pronada, entretanto, para verificar a eficácia da posição das mãos em relação ao remo, foi analisado se o output de força dos atletas com diferentes técnicas de fixação seria alterado de uma posição para outra no tipo de pegada semipronada, supinada e pronada. 

Figura: Todas foram retiradas do mesmo site que contém Foto do livro Guia da Musculação 

Fonte:http://www.superlutas.com.br/forum/?showtopic=1441

De acordo com os resultados, foi demonstrado que a posição semipronada gerava maior produção de força e maior atividade muscular, sendo assim superior à aderência clássica o que reforça a premissa sobre a especificidade de treinamento para melhora de rendimento no remo (Bompa et al., 1990. Mechanical efficiency of the elbow flexors in rowing).

Padrão de curva de força utilizada no remoergometro por praticantes de diferentes níveis.

Qual seu padrão de curva de força aplicada no remoergômetro? Aqui está um recente estudo que mostra a diferença na aplicação de força entre atletas de elite, com maiores picos e menor variabilidade, atletas juniores e não remadores que apresentam maior variabilidade entre uma remada e outra.

Qual seu estilo técnico de remada?

Na modalidade de remo são conhecidos quatro estilos básicos que se separam por dar foco na aplicação de força pelo tronco ou pelos membros inferiores, que podem ter trabalho simultâneo ou sequencial dessas diferentes partes do corpo. Veja qual é o seu, segue abaixo as explicações sobre cada um:

Figura: Estilos básicos de remada, adaptado do saudoso 

Valery Kleshnev criador do site da BioRow

DDR; Uma remada longa com grande declinação final e trabalho de tronco que começa logo no início da remada. Nesse estilo o tronco e os membros inferiores são ativados simultaneamente logo no começo.

Rosemberg: É uma remada longa, com declinação final do tronco, com um início de remada pela extensão rápida de membros inferiores sem significante ativação do tronco.

Estilo Adam: Com um longo trabalho de membros inferiores e amplitude limitada de trabalho de tronco, com ativação simultânea do meio para o final entre trabalho de membros inferiores e tronco.

Estilo Ivanov: com tempo sequencial de remada e grande ênfase no trabalho de membros inferiores.

O que é uma técnica de remo eficiente e como funciona a soma das forças utilizadas?

No remo, a energia é transferida de um componente para outro. Essa transferência ocorre a partir do remador para o remo e, em seguida, para o barco (Kleshnev de 2011, em Nolte). O diagrama abaixo mostra o somatório de forças e como os músculos são recrutados na execução da técnica de remo ideal, eficiente. Sabe-se que as pernas contribuem cerca de metade (46,4%) da energia total de remo; o tronco é responsável por aproximadamente um terço (30,9%), enquanto os braços e ombros combinados são responsáveis pelos 22,7% restante (Kleshnev, 2000). Técnica de remo eficiente é fundamental devido à sua relação de soma de forças que resulta em coordenação e utilização dos segmentos corporais em ordem da maior para a menor, com aplicação correta dos pés, pernas e tronco, tronco e braços e, finalmente, braços e ombros; isso tem implicações consideráveis sobre a eficiência e a eficácia de um remador (Notle, 2011). Essas informações foram traduzidas do Joshua Whitwell 
Fonte:http://rowingbiomechanics.weebly.com/

Análise Biomecânica Para o Remo

Diversas pesquisas sobre análises biomecânicas no remo foram publicadas na última década. Entretanto, não se observa a utilização desse conhecimento no Brasil, poucos são os pesquisadores que auxiliam a modalidade com publicações e os técnicos ficam sem suporte para melhora desse esporte.
A aplicação de algumas análises é muito simples, por exemplo, é possível verificar o quanto um atleta varia em torno de si mesmo ou de outros atletas em função da fadiga ou do tipo de guarnição. Já existem evidências e referenciais mundiais que auxiliam na melhora da técnica e, consequentemente, da tática de prova, dado que existe uma relação forte entre a manutenção da técnica e a melhora da tolerância da fadiga de acordo com o tempo da competição.

Para discussões promissoras, pesquisas, palestras, análise de performance, entre em contato:

Bianca Miarka e-mail:miarkasport@hotmail.com